As Quatro tem o prazer de apresentar uma novidade do blog: a coluna do José Cândido de Borba Neto, Zeca para os íntimos. rsrs
Para quem não lembra, ele foi nosso mestre no Curso Básico de Barista, que vocês podem ler mais aqui e aqui, pois foi dividido em duas partes para facilitar a leitura de vocês.
Para dar continuidade a este projeto, estabelecemos uma parceria com ele para enriquecer o conhecimentos de todos sobre café e outras coisitas que em breve serão apresentadas.
Por isso, deleitem-se com a leitura e nos deem feedback de sugestões para os próximos temas! Ficaremos felizes com a participação!
PAUSA PARA O “CAFEZINHO” ESPECIAL.
Que o Brasil é o maior produtor de café do mundo todos
sabem. Mas essa bebida estimulante, que faz parte do dia-a-dia do brasileiro há
séculos, seja como termômetro da economia, seja no emblema da camisa da nossa
Seleção, já não é mais a mesma.
O café produzido no país, que é commodity extremamente valorizada no exterior, sempre teve grande
penetração nos mais diversos mercados estrangeiros porque os grãos, exportados crus,
eram sempre submetidos a um rigoroso processo de seleção antes do embarque. Os
melhores grãos, os mais perfeitos, aqueles que depois de torrados produziriam
as melhores bebidas, tinham como destino certo países com forte tradição no seu
beneficiamento, como Alemanha, Estados Unidos e Itália. E os grãos não
classificados? O resto? Todo aquele café que não passava na estreita peneira
dos exigentes e endinheirados mercados? Para onde ia? Pois todo o café que o
mundo não desejava, o rejeito das melhores safras de nossa premiada produção,
que continha os grãos imperfeitos, cascalho, galhos, folhas e outras impurezas,
acabava sendo torrado, moído e passava a habitar as apinhadas gôndolas dos
supermercados e mercadinhos do país sob as mais diversas marcas. Esse café,
conhecido entre os produtores como “de consumo interno”, é o café que, ainda
hoje, teimamos em comprar e utilizar em nossos lares.
Mas, devido a diversos fatores, como o recrudescimento
da economia mundial, a variação do câmbio, e também ao aparecimento de uma
cultura “gourmet”, vários dos
produtores brasileiros dos melhores grãos do mundo passaram a olhar para o
mercado interno com outros olhos. Há poucos anos, fazendas de café situadas nas
grandes regiões produtoras passaram a desenvolver a arte da torrefação em solo
tupiniquim, dando início a uma nova fase dessa magnífica fruta.
Os mais exigentes consumidores brasileiros, que já
haviam sido surpreendidos pelo florescimento dos mercados de bons vinhos e
cervejas especiais, agora passaram a ser arrebatados pelo aroma e sabor inconfundíveis
do café “especial”. Uma bebida extraída dos melhores grãos de cada uma das
melhores fazendas produtoras de café. E não é só. Assim como os somelliers e beer somelliers, o mercado de café importou para o país a figura do
barista, o profissional dedicado à extração do café em uma máquina de café
espresso (assim, com “s” mesmo!), e em alguns casos, à arte de combinar grãos
de diversas procedências, torrá-los da maneira correta, e entregar, ao final,
um blend que evidencie características
como doçura, acidez, corpo, aroma e retrogosto.
Bom, diante de todo esse novo cenário, da próxima vez
que fizer uma pausa para o “cafezinho”, certifique-se de que está tomando um
café “especial” de verdade e prepare-se para descobrir novas e surpreendentes sensações.
José Cândido de Borba Neto
Craft Beer – Cafés, Cervejas e Vinhos Especiais
Florianópolis - SC
Nossa, que legal! Vcs tão me fazendo ser uma pessoa muito mais crítica. Antes tomava café de qlqr jeito, pelando a lingua, cheio de açúcar... Obrigada meninas e Zé.
ResponderExcluirBjs
De nada Pri querida. É esse mesmo o objetivo. Ensinar um pouco da ''arte'' de tomar café. Assim como já exigimos bons vinhos para harmonizar com os pratos, também merecemos tomar um bom café. beijão
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