25 de abril de 2012

Coluna das Quatro: por José Cândido de Borba Neto

As Quatro tem o prazer de apresentar uma novidade do blog: a coluna do José Cândido de Borba Neto, Zeca para os íntimos. rsrs
Para quem não lembra, ele foi nosso mestre no Curso Básico de Barista, que vocês podem ler mais aqui e aqui, pois foi dividido em duas partes para facilitar a leitura de vocês.
Para dar continuidade a este projeto, estabelecemos uma parceria com ele para enriquecer o conhecimentos de todos sobre café e outras coisitas que em breve serão apresentadas.

Por isso, deleitem-se com a leitura e nos deem feedback de sugestões para os próximos temas! Ficaremos felizes com a participação!


PAUSA PARA O “CAFEZINHO” ESPECIAL.

Que o Brasil é o maior produtor de café do mundo todos sabem. Mas essa bebida estimulante, que faz parte do dia-a-dia do brasileiro há séculos, seja como termômetro da economia, seja no emblema da camisa da nossa Seleção, já não é mais a mesma.
O café produzido no país, que é commodity extremamente valorizada no exterior, sempre teve grande penetração nos mais diversos mercados estrangeiros porque os grãos, exportados crus, eram sempre submetidos a um rigoroso processo de seleção antes do embarque. Os melhores grãos, os mais perfeitos, aqueles que depois de torrados produziriam as melhores bebidas, tinham como destino certo países com forte tradição no seu beneficiamento, como Alemanha, Estados Unidos e Itália. E os grãos não classificados? O resto? Todo aquele café que não passava na estreita peneira dos exigentes e endinheirados mercados? Para onde ia? Pois todo o café que o mundo não desejava, o rejeito das melhores safras de nossa premiada produção, que continha os grãos imperfeitos, cascalho, galhos, folhas e outras impurezas, acabava sendo torrado, moído e passava a habitar as apinhadas gôndolas dos supermercados e mercadinhos do país sob as mais diversas marcas. Esse café, conhecido entre os produtores como “de consumo interno”, é o café que, ainda hoje, teimamos em comprar e utilizar em nossos lares.
Mas, devido a diversos fatores, como o recrudescimento da economia mundial, a variação do câmbio, e também ao aparecimento de uma cultura “gourmet”, vários dos produtores brasileiros dos melhores grãos do mundo passaram a olhar para o mercado interno com outros olhos. Há poucos anos, fazendas de café situadas nas grandes regiões produtoras passaram a desenvolver a arte da torrefação em solo tupiniquim, dando início a uma nova fase dessa magnífica fruta.
Os mais exigentes consumidores brasileiros, que já haviam sido surpreendidos pelo florescimento dos mercados de bons vinhos e cervejas especiais, agora passaram a ser arrebatados pelo aroma e sabor inconfundíveis do café “especial”. Uma bebida extraída dos melhores grãos de cada uma das melhores fazendas produtoras de café. E não é só. Assim como os somelliers e beer somelliers, o mercado de café importou para o país a figura do barista, o profissional dedicado à extração do café em uma máquina de café espresso (assim, com “s” mesmo!), e em alguns casos, à arte de combinar grãos de diversas procedências, torrá-los da maneira correta, e entregar, ao final, um blend que evidencie características como doçura, acidez, corpo, aroma e retrogosto.
Bom, diante de todo esse novo cenário, da próxima vez que fizer uma pausa para o “cafezinho”, certifique-se de que está tomando um café “especial” de verdade e prepare-se para descobrir novas e surpreendentes sensações.

José Cândido de Borba Neto
Craft Beer – Cafés, Cervejas e Vinhos Especiais
                        Florianópolis - SC

2 comentários:

  1. Nossa, que legal! Vcs tão me fazendo ser uma pessoa muito mais crítica. Antes tomava café de qlqr jeito, pelando a lingua, cheio de açúcar... Obrigada meninas e Zé.
    Bjs

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  2. De nada Pri querida. É esse mesmo o objetivo. Ensinar um pouco da ''arte'' de tomar café. Assim como já exigimos bons vinhos para harmonizar com os pratos, também merecemos tomar um bom café. beijão

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